No fundo
Como quem corta uma árvore,
Inocente, quieta, e sem reacção.
Caí e fiquei assim, no chão,
Intemporáriamente imóvel.
O mundo ficou indiferente e
Tudo passou despercebido.
Por uns tempoa
Já não dormia,
Não acordava.
Vagueava apenas por aí,
Algures,
Em circulos que me levavam a lado nenhum,
Mas que não me deixavam quieto.
Ainda recordo momentos,
Passados deitado,
Ao ar livre
Sobre uma reles, dura e verde
Mesa de ping-pong
Vendo tão e somenteo mundo correr
E o Tempo devorar tudo.
Por algum Tempo, bloqueei-me
E dei algum Tempo perdido
Ao acaso.
O Tempo não me tocava:
Eu era intocável por ele,
Mas não achava grande piada a isso.
Tenho pena do Tempo,
E agora não o invejo:
Ele é sempre igual, sempre andando,
Deixando-se passar sempre para o mesmo lado,
Sempre controlado. O tempo:
Não é ele, não é algo, apenas Tempo...