terça-feira, junho 27, 2006

...

Enquanto a cama me suga para dentro de si, e os lençois me escondem debaixo deles, meus olhos se vão por entre as pestanas cerradas, nun sono que por instantes me livra deste pesadelo.
O ouvir de um camiao subindo a estrada ao longe estraga aquele inconsciente e fico mal disposto...Nao por acordar, mas por ser expulso de um paraíso mental que me afastava deste corpo froxo.
amo o sol, mas o moreno da sombraé que me fascina, onde não se é visto, hoje, ontem e talvez amanha...

...

Tudo é previsivel em mim...
Olhar-me (sem ter que observar) é detectar onde a sorte infame ou astuta me vai atingir, ou passar ao lado...
sou um falso, de palavras enganosas que escondem ou desfiguram factos que doem.
Não quero ouvir ou saber de verdades se magoar for algo mau:ja ha o suficiente na minha vida para que ela custe que chegue...

...

Será que alguma vez conseguirei levantar a cabeça e poder mante-la para cima por algum tempo?
Sempre que olho mais alto, vem uma bofetada espancar-me a face para baixo, cansando-me de tédio...
Uma vez mais me cai o mundo em cima e não tenho onde me refugiar, nem um diário com cadeado onde escrever e desabafar enquanto isto dura...

quinta-feira, junho 08, 2006

Era?

Era tao estranho te olhar dentro dos olhos e ver na minha frente tudo o que eu sempre quis. Eu era simplesmente, um outro ser de vinte anos, e tu eras uma chance para eu ser feliz.
Eu era smplesmente mais um miúdo apaixonada, e no teu coração não ia ser ninguem.
Mas é exactamente, quando a gente está cansada, que o coração destrai então a sorte vem...

e se...

E se não houver nenhuma mentira, nada estivesse erradamente posto?
Se não houvesse nada certo nem nada errado?
Ou se não houver nenhuma hora e nenhuma razão, rima ou se apenas ela decidir que não me quer lá do seu lado nem lá na sua vida?

O que faço se perceber mal as coisas
E depois nenhuma palavra ou poema possa pôr para direito
O que eu comecei a erro nem consiga por em ti a sensação de pertença a mim?


Prefiro nem pensar...
Apesar do sol brilhante, do verde da paisagem, e do azul do mar, e do amor moreno, sou uma pessoa fria, sorridente e agitadamente calma – diz quem chega e também quem sempre cá esteve.

terça-feira, junho 06, 2006

E se Deus tivesse um nome?
Como é que tu lhe chamarias?

segunda-feira, junho 05, 2006

- Podias ser um querido e ir buscar um copo de água à tua menina.

- Amas-me?

- Tanto.

- Como?

- Quando não estás fico assim com uma espécie de sede.

Na noite longe

O desejo com temperatura de música calma adormece-lhe aos pés.
E ela quase dorme...mas so seus olhos se desleixam:
Seu corpo continua ali,
Belo, intocável e protegido por um respeito por ela.
Quisera beija-la,
Mas o receio de a acordar
De um maravilhoso sonho bem melhor,
Fez-me parar a tempo.
Não precisava tocar-lhe para a sentir ali...
Nem ve-la.
Ja estava escuro e a luz la fora parou.
O inevitável piscar pesado de olhos irrita-me,
ao cortar-me a visão por longos periodos,
E ao livrar-me do perfeito raciocinio.
Queria falar-lhe, mas agora não:
Talvez amanha me lembre destas palavras sonolentas....
E lhe diga coisas giras ao ouvido para a fazer sorrir.
Pelo menos por agora ela é só minha e
Não se vai embora...
Dorme, que bem precisas mais que eu.
Eu so preciso de ti...

Pressionando teclas...

O que rabiscar quando não ha nada que surja na cabeça para escrever?
Procurar ajuda, não escrever ou vaguear apenas pelas palavras?
Prefiro bem mais por vezes fazer um jogo de damas sozinho, em que ganho sempre, mas do qual me encho depressa...
Hoje os olhos pesam-me, mesmo muito, so não sei porquê, mas também não deve ser importante.
Deveria ralar-me mais com coisas importantes, mas de certo jeito, a insignificancia está em todo lado. Revolto-me com nada e rio de tudo, enquanto que faço criticas aos meus actos, sem nunca os querer corrigir, com tanto orgulho próprio que tenho...apenas para mim...
Todos (eu, tu, ele...) somos nada mais que metade de seres instaveis,
com pensamentos próprios, e vulgarmente irracionais, que procura a solução para tudo e que se acomoda ao materialismo: que fazem perguntas feias e que se ofendem com elas(perguntar deveria ser gratis). A outra metade é apenas nós próprios...
São metades diferentes, mas metades na mesma.
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Fernando Pessoa
Eu e tu
Deitados numa cama
Debaixo dos lençois frescos:
O mundo é meu,
O tempo para,
O vento deixa de soprar...
A fazer amor,
Sentir-te entregue a mim...
Nada mais me importa.
Estas comigo, assim,
E so assim me sinto EU.
Não consigo explicar...
Vê o meu olhar e
Conta-me o que vês...
Completas-me quase todo...
E és a peça que me falta:

Sem dizer nada,
Teu corpo diz-me tudo,
Num beijo ofegante,
Entre mais um
Abraço mais que sincero.

Por isso não vás já embora...