sexta-feira, março 24, 2006

Não ha coincidencias









Cada vez mais acredito que amar e dar e tudo o que não e dado, perde-se. E que a amizade e talvez a mais bela forma de amor, porque e gratuita e intemporal, não precisa de promessas nem de carne, não se desfaz com zangas nem se desvirtua com o tempo. Mas nao te posso dar o meu carinho, o meu afecto, o meu amor domesticado em amizade, se nem sequer tens a grandeza de abrir os braços para receber. Com a morte deste amor por ti, morre também uma parte de mim, algo cujos contornos não consigo ainda delinear mas que com o tempo perceberei, quando a alma apaziguada fechar as feridas desta minha dor derrotada e passiva perante o teu silencio e a tua mascarada indiferença. Mas e melhor que nunca mais se cruzem os nossos olhares, e melhor que a palavra adeus seja mesmo essa e não outra. Chegamos ao fim do caminho. A partir daqui todas as palavras serão inúteis. Nunca saberei ate que ponto ages com o coração ou apenas com a cabeça. Ate que ponto te entregas ou apenas jogas. Ate que ponto sentes e ages, ou apenas observas. E por nunca ter sabido quem es, que um dia te conseguirei esquecer. Sempre disse que as diferenças iriam servir mais para nos unir do que para nos afastar. Mas agora sei que não. Ao contrario de ti, não sou, nem nunca serei, espectador da minha própria vida.

Adaptado de Maria Rebelo Pinto

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