quarta-feira, novembro 07, 2007

Metro





simplesmente estava andando, distraído, queimando os minutos da minha espera com passos em volta de sítios que não conhecia.
Estava no Porto, vagueando pelo metro.
Pelo meio da azáfama de uma multidão desesperada por mais tempo vago, estavam duas pessoas completamente alheias a isso, sentadas no meio do frio, nuns bancos no meio do nada. Sem pressas nem noções do que os rodeava. Simplesmente cobertos da felicidade de se terem, ali, parados.
Não tinham nada para me despertar a atenção.
Mas despertaram. Não era difícil imaginar que podia estar antes eu ali, contigo.
Abraçados.
Deixados na pedra fria, como a noite também o estava.
Sem tempo previsto.

Tão depressa aqueles dois me sumiram da memória como a pressa com que os deixei para trás.
Mas no meio dos passos vazios, fiquei a imaginar-nos ali. Mas só até tu chegares.
Aí, já não havia nada para imaginar.

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